Você já sentiu uma persistente falta de vontade de ir para o trabalho, perda de ânimo ou prazer com o trabalho que realiza, cansaço mental extremo, dificuldade de concentração, sentimentos de incapacidade e frustração, desesperança, insônia, dores de cabeça, de barriga ou musculares? Esses são alguns dos sintomas relatados por pessoas acometidas pela Síndrome de Burnout.
Em 2021 a Organização Mundial de Saúde reconheceu o Burnout como uma doença ocupacional e em 2022 passou a integrar à nova Classificação Internacional de doenças (o CID11) como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso” .
A síndrome de Burnout, também conhecida como esgotamento ocupacional, é caracterizada por um estado de exaustão física e emocional crônica, muitas vezes causada por estresse prolongado relacionado ao trabalho.
Os dados de pesquisas são alarmantes! De acordo com o International Stress Management Association (ISMA-BR) — associação, sem fins lucrativos, voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de stress no mundo —, o Brasil ocupou a segunda posição nos casos de Burnout no ranking mundial em 2021, ficando atrás apenas do Japão. A organização também apontou que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com essa condição, conhecida por provocar exaustão física e mental.
Quais são as pessoas mais suscetíveis?
A síndrome de burnout pode afetar indivíduos que atuam nas mais diversas profissões e ocasiona um impacto significativo no seu bem-estar e desempenho.
Mais comumente as pessoas expostas a contextos de trabalho desgastantes, estressantes, com grande responsabilidade, pressão, prazos curtos de entrega, alta demanda emocional (profissionais de saúde, bombeiros, por exemplo) e que possuem a sensação de falta de controle sobre o próprio trabalho, por ser submetido a decisões ou pressões externas podem ter mais vulnerabilidade para o desenvolvimento da doença.
Também há uma relação entre a ausência de apoio por parte de colegas e liderança, bem como a falta de reconhecimento e o aumento do risco de Burnout.
Quais características de perfil podem ser mais vulneráveis?
Profissionais que apresentam níveis elevados de autoexigência, perfeccionismo, atribuição excessiva de responsabilidades para si, envolvem-se exageradamente com o trabalho e por outro lado dedicam-se pouco a atividades de lazer e diversão tendem a ser mais vulneráveis ao Burnout.
Pessoas com histórico de transtornos de ansiedade, depressão ou outros problemas de saúde mental podem estar mais suscetíveis a desenvolver Burnout.
É importante notar que a Síndrome de Burnout é uma condição complexa e multifacetada, e a suscetibilidade a ela pode variar de pessoa para pessoa. O desenvolvimento do Burnout geralmente resulta da interação de vários desses fatores.
Consequências do Burnout
Como consequências destes sintomas, podem ocorrer perda da capacidade laboral, queda da produtividade, ausências no trabalho, aumento da irritabilidade e intolerância nas interações pessoais.
O esgotamento pode afetar tanto a carreira, os relacionamentos, como a saúde do próprio indivíduo, mas também repercute na família, colegas de trabalho e empresa.
Que ações podem ser importantes para a prevenção do Burnout?
A prevenção e o tratamento do Burnout podem incluir medidas como a promoção do bem-estar no local de trabalho, treinamento em habilidades de gerenciamento de estresse e a busca de apoio profissional quando necessário.
A prevenção da Síndrome de Burnout é crucial para manter o bem-estar no trabalho e na vida pessoal.
Estratégias que podem ajudar a prevenir o Burnout
- Autoconhecimento: Esteja ciente de seus próprios limites e sinais de estresse. Reconheça quando estiver se sentindo sobrecarregado e não hesite em pedir ajuda ou apoio quando necessário.
- Estabelecimento de limites: Defina limites claros entre o trabalho e a vida pessoal. Evite levar trabalho para casa e desconecte-se do trabalho durante seu tempo livre.
- Gerenciamento de tempo: Desenvolva habilidades eficazes de gerenciamento de tempo para equilibrar as demandas do trabalho. Priorize tarefas e evite a sobrecarga de trabalho.
- Definição de metas realistas: Estabeleça metas realistas e alcançáveis. Evite a busca constante da perfeição e reconheça que é impossível dar conta de tudo sempre.
- Cuidado com a saúde: Mantenha uma dieta equilibrada, faça exercícios regularmente e durma o suficiente. O autocuidado é fundamental para resistir ao estresse.
- Habilidades de enfrentamento: Aprenda técnicas de enfrentamento eficazes, como a prática de mindfulness, respiração profunda e relaxamento, para lidar com o estresse no trabalho.
- Apoio social: Mantenha conexões sociais fortes. Ter um sistema de apoio em amigos, familiares ou colegas pode ajudar a aliviar o estresse e fornecer suporte emocional.
- Comunicação aberta: Fale sobre suas preocupações e sentimentos com seus gestores e colegas de trabalho. A comunicação aberta pode ajudar a resolver conflitos e reduzir o estresse no trabalho.
- Reconhecimento e recompensas: Certifique-se de que seu trabalho seja reconhecido e recompensado de maneira adequada. O reconhecimento e as recompensas podem aumentar a motivação e a satisfação no trabalho.
- Recursos no local de trabalho: Promova ações que melhorem o ambiente de trabalho, como pausas regulares, treinamento em gerenciamento de estresse e políticas de apoio ao bem-estar dos funcionários.
- Autoavaliação periódica: Faça uma avaliação regular de seu nível de estresse e bem-estar no trabalho. Se você notar sinais precoces de Burnout, como exaustão emocional, dê atenção a eles.
- Buscar ajuda profissional: Se você sentir que está diante do Burnout ou já está enfrentando os sintomas, procure a ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo. O tratamento precoce pode ser eficaz na prevenção do agravamento da condição.
A prevenção do Burnout envolve a criação de um ambiente de trabalho saudável e a promoção de práticas de autocuidado. Lembre-se de que a prevenção é uma responsabilidade tanto do indivíduo quanto da organização, e é importante que empregadores e funcionários trabalhem juntos para criar um ambiente de trabalho que promova o bem-estar.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem com excelentes resultados nos tratamentos de Síndrome de Burnout, a medida que trabalha a flexibilização cognitiva. Uma consequência disso é a melhora do humor e o engajamento da pessoa em adotar comportamentos mais funcionais e saudáveis.
Atenção: Se você se reconhece com alguns destes sintomas, é importante buscar apoio profissional para ajudá-lo a traçar um plano de tratamento e enfrentamento.
*As informações acima se propõem a orientá-lo a identificar a necessidade de procurar ajuda profissional. Somente um profissional capacitado pode fazer o diagnóstico.